sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

8º ano - As escandalosas desigualdades sociais do mundo capitalista atual. Que medidas para combatê-las?

Olá, pessoal do 8º ano,

Historicamente, com o fim da "guerra fria", alguns dizem que o capitalismo venceu o socialismo no combate entre sistemas. De fato, países socialistas puros hoje são raridade. China, Cuba, Vietnã estão cada vez mais se abrindo aos investimentos capitalistas.

Mas será que podemos considerar "vencedor" um sistema que gera riqueza ao preço do aumento de desigualdades, exclusão de direitos e destruição ambiental? Hoje, as 85 pessoas mais ricas do planeta controlam o equivalente à renda de 3,5 bilhões de pessoas no mundo!


Um dos principais problemas do atual sistema capitalista globalizado é portanto que a riqueza é cada vez mais concentrada e mal distribuída.
Para se ter uma ideia do tamanho dessa desigualdade, os economistas calculam que o 1% mais rico no planeta possui cerca de 50% da riqueza do mundo! O que deve equivaler a mais de 30 trilhões de dólares.





Mas o que gera a desigualdade social? Em primeiro lugar, a desigualdade de acesso aos bens necessários para uma vida minimamente digna para os trabalhadores: educação, saúde, moradia, transporte, saneamento básico.

Em segundo lugar, a baixa remuneração e as formas de subemprego, isto é, empregos precários, temporários, informais, sem carteira assinada e de remuneração baixa e instável. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 375 milhões de pessoas ganham menos de US$ 1,25 por dia. Outros 839 milhões ganham menos de US$2! 

Em terceiro lugar, está o desemprego, que em 2013 atingiu cerca de 215 milhões de pessoas, atingindo um patamar médio mundial de 6%. Um número que deve ser muito maior na realidade, pois este é o número que "eles", as autoridades, admitem existir. E há pessoas que há muito nem mais procuram emprego e portanto não aparecem nas estatísticas de desemprego.

Em quarto lugar, as crises econômicas sucessivas em diversas partes do mundo, que fazem crescer ainda mais o desemprego temporário ou cíclico, somando com o desemprego estrutural ou tecnológico.

Em quinto lugar, a baixa tributação relativa das grandes fortunas em todo mundo, que ainda se refugiam em contas secretas em paraísos fiscais. A falta de controle social sobre tal riqueza condena os países mais pobres a não ter riqueza para aplicar na área social.

Em sexto lugar, as políticas "neoliberais" dos governos mais pobres e o vazamento de recursos para o pagamento de dívidas bilionárias do passado. Os países que liberam o seu mercado, diminuem taxas alfandegárias e eliminam os gastos públicos praticamente tendem a abandonar os investimentos sociais que poderiam ajudar a recuperar a situação, deixando a cargo do esforço pessoal de cada um a tarefa de se integrar nesse mercado de trabalho de concorrência total. O resultado é o reforço do nosso ponto 1.   


Apesar de tudo, na última década o Brasil é um dos únicos países da América e do mundo em que as desigualdades têm diminuído. Motivo para o nosso próximo post. 

Que medidas você proporia para reduzir as desigualdades sociais?

(Os dados citados são da reportagem do jornal O Estado de São Paulo, 21-01-14.)

Prof. Cláudio
 

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